O novo salário mínimo de R$ 1.818 entra em vigor em 1º de janeiro de 2025, conforme a Lei nº 14.875/2024. Além disso, os reajustes salariais de cada categoria seguem as regras dos artigos 611 a 625 da CLT e geralmente utilizam como referência o índice do INPC, calculado pelo IBGE.
Em 2025, os reajustes salariais ganham ainda mais destaque no Brasil, porque diferentes categorias profissionais negociam ou já definiram valores e condições que impactam diretamente empregados, empregadores e também a economia como um todo. Neste artigo, explicamos como ocorre o processo de reajuste, por que ele é importante, o que está em jogo e quais são os principais reflexos para o trabalhador e para a empresa.
O que é o reajuste salarial para 2025
As empresas reajustam os salários para que os trabalhadores mantenham o poder de compra diante da inflação e das mudanças no mercado de trabalho. Muitas vezes, ele está atrelado à data-base da categoria, à negociação coletiva entre sindicatos e representantes patronais, ou mesmo a decisões judiciais.
Por exemplo, o piso do Salário Mínimo nacional para trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) entrou em vigor como R$ 1.818, segundo reportagem recente. Esse novo valor serve como referência para várias negociações em 2025.
Instrumentos de negociação: convenção, acordo e dissídio
É importante entender os principais instrumentos que regulam essas negociações. A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é o acordo firmado entre o sindicato que representa os trabalhadores de uma categoria e o sindicato patronal, com vigência-normal de até 2 anos. Já o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) envolve um sindicato de trabalhadores e uma ou mais empresas, com aplicação mais restrita. Por fim, o Dissídio Coletivo é o instrumento que se aplica quando não há acordo entre sindicatos e o conflito vai à Justiça do Trabalho para ser decidido.
Em outras palavras:
- Quando a categoria negocia com o patronal e chega a consenso → CCT ou ACT.
- Quando não há consenso → dissídio coletivo, via Justiça do Trabalho.
O que muda em 2025: reajuste mínimo e impacto
O novo salário mínimo nacional de R$ 1.818 já entrou em vigor e começa a ser pago aos empregados sob regime CLT. Esse valor serve como piso legal, mas para muitas categorias há negociações específicas que definem pisos maiores ou adicionais.
Além disso, o processo de negociação considera índices de inflação, custos setoriais, produtividade e demais cláusulas pactuadas nas convenções. Por exemplo, a lei trabalhista brasileira reconhece que os instrumentos coletivos válidos podem se sobrepor à CLT em muitos casos.
Para o trabalhador, isso significa que ele pode esperar um reajuste que mantenha ou eleve seu poder de compra. Para a empresa, exige-se planejamento para absorver esse custo adicional, e também atenção aos prazos, vigência e obrigações decorrentes da convenção ou acordo.
Principais cuidados para empregadores e equipes de RH
Empresas e departamentos de RH devem estar alerta a alguns pontos-chave:
- Confirmar a data-base da categoria e acompanhar o índice de reajuste negociado ou aprovado.
- Verificar se o instrumento (CCT/ACT) está registrado e aplica-se à empresa (segundo o CNAE, localidade e sindicato).
- Atentar para retroativos, caso o instrumento seja aprovado após a data-base. O pagamento retroativo costuma ser exigido.
- Confirmar se todos os benefícios e adicionais da convenção estão sendo cumpridos, não apenas o salário-piso, mas também vale-refeição, jornada, banco de horas, entre outros.
- Avaliar o impacto orçamentário no curto e médio prazo, com foco em projeções para folha, encargos e possíveis cenários negativos.
Reflexos para trabalhadores
Para o colaborador, o reajuste salarial pode representar:
- A garantia de que o salário não ficará defasado frente à inflação ou ao custo de vida.
- O aumento da remuneração, se a categoria tiver negociado percentual acima da inflação.
- A necessidade de entender sua convenção ou acordo coletivo: qual piso se aplica à sua função, qual índice foi negociado, se há cláusulas específicas para sua subcategoria.
Conclusão
Em 2025, o reajuste salarial assume papel central nas relações de trabalho. Enquanto o salário mínimo nacional de R$ 1.818 serve como piso importante, o verdadeiro ajuste vai depender da negociação coletiva de cada categoria, seja via convenção, acordo ou dissídio. Para empresas e empregados, a chave está no planejamento, no acompanhamento da negociação e na compreensão dos instrumentos normativos que regem sua relação de trabalho.
Se você for trabalhador, vale checar qual instrumento coletivo rege sua categoria e confirmar o índice de reajuste que lhe cabe. Se você é empregador ou trabalha no RH, verifique se os processos internos aplicam o que a empresa acordou, assim você evita riscos e mantém a conformidade.
