Alíquota reduzida de IBS/CBS para serviços de saúde

A Reforma Tributária trouxe uma redução de 60% na alíquota do novo sistema de impostos para o setor da saúde. Veja como funciona a medida e quais são os impactos para prestadores de serviços, hospitais e fornecedores de dispositivos médicos.

O que muda com a Reforma Tributária?

A Emenda Constitucional nº 132/2023 e a Lei Complementar nº 214/2025 marcaram o início da implantação do novo sistema tributário brasileiro. A partir dessas mudanças, o país passa a contar com dois tributos principais:

  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência compartilhada por estados e municípios.
  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal.

Dessa forma, esses dois tributos substituem vários impostos atuais, como ICMS, ISS, PIS e Cofins, com o objetivo de simplificar a arrecadação e padronizar as regras.

Além disso, entre as medidas aprovadas, o setor da saúde recebeu um benefício importante: a redução de 60% da alíquota do IBS/CBS.

Base legal da alíquota reduzida

A Emenda Constitucional nº 132/2023 e a Lei Complementar nº 214/2025 marcaram o início da implantação do novo sistema tributário brasileiro. A partir dessas mudanças, o país passa a contar com dois tributos principais:

No caso da saúde, a medida contempla:

  • Serviços hospitalares e ambulatoriais.
  • Procedimentos médicos e laboratoriais.
  • Fornecimento de dispositivos médicos e equipamentos utilizados em diagnósticos e tratamentos.
  • Serviços de saúde preventiva.

Como funcionará a alíquota reduzida?

Embora ainda não haja uma definição oficial do percentual padrão do IBS/CBS, estimativas indicam uma alíquota próxima de 25%. Com isso, a redução de 60% faria com que os serviços e dispositivos médicos passassem a pagar algo em torno de 10%.

Consequentemente, hospitais, clínicas, laboratórios e fornecedores do setor terão um custo tributário menor em comparação com outras atividades econômicas.

Reflexos tributários para empresas da saúde

Apesar de ser um benefício, a medida exige atenção em vários pontos:

  • Segregação de receitas: as empresas devem destacar de forma clara quais serviços ou produtos recebem o benefício da alíquota reduzida.

  • Além disso, o compliance fiscal exige atenção redobrada: a Receita Federal, junto com os fiscos estaduais e municipais, vai fiscalizar se as empresas aplicam corretamente a redução prevista.

  • Por fim, os créditos tributários dependerão da forma como cada operação é registrada, o que reforça a importância de manter controles contábeis detalhados e atualizados.

Portanto, clínicas e hospitais devem revisar seus processos internos para não correr riscos de glosa ou autuações.

Impactos econômicos e sociais

A medida tende a gerar impactos positivos, como:

  • Redução de custos operacionais para prestadores de serviços de saúde.
  • Maior acessibilidade para pacientes, já que os custos podem refletir no preço final.
  • Incentivo à inovação e modernização do setor de dispositivos médicos.

No entanto, especialistas alertam que ainda será necessário acompanhar como os prestadores de serviço irão repassar essa redução ao consumidor final.

Desafios e pontos de atenção

Mesmo com a alíquota reduzida, ainda existem dúvidas práticas:

  • A definição exata da lista de dispositivos médicos contemplados.
  • A interpretação do que se enquadra como “serviço de saúde” (por exemplo, clínicas estéticas ou serviços híbridos).
  • A necessidade de adequação tecnológica dos sistemas de emissão de notas fiscais e escrituração.

Esses pontos deverão ser esclarecidos em regulamentações complementares ao longo da transição tributária.

Conclusão

A redução de 60% da alíquota do IBS/CBS para serviços de saúde e dispositivos médicos representa um avanço importante da Reforma Tributária. O objetivo é aliviar custos do setor, ampliar o acesso da população e incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias médicas.

No entanto, o benefício vem acompanhado de exigências contábeis e fiscais que não podem ser ignoradas. Para garantir segurança e conformidade, empresas do setor devem se preparar com antecedência, revisando seus processos e buscando apoio especializado.

Assim, será possível aproveitar a oportunidade e, ao mesmo tempo, evitar riscos na aplicação prática da nova legislação.

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